domingo

nela esqueceu-se de saltar que ficou


Da estação a abarrotar de prestes, emprestando-lhes jorros de desfocada, fugiram deles que se aquela traição por ali transferira nas enxurradas. Noite de expresso apavorado esfalfa-se com correrias e esquivou-se de improvisos à calçada pesadamente de cães farejam.
Pela pressa de vários, avenida com exageradão perturbante fachadas de encerra: rápido, mais rápido, mais rápido perderam-se da frente ou espécie de chiadeira de apuros. Serpentearam em contravento, apinhada de oblíquas feições com esquinas de contacto raptor de incidentes, seduções e traquitanas. Mais ainda estava por último.

A velocidade é a voracidade de tantas coisas a puxar o tétrico: esquivo, esquiva-te, esquivem-se, esquiva-se naquela primeira gelosia de apressado salto.
Como escondido na aureola dum certo prédio de que deram fama ao beco assustados dos filhos da terra. Arrastam-se pela escada acima onde os tons de meia hora caracterizam o próprio tempo com um candeeiro de sândalo, susceptível de penumbra.
Roga-se que mais acima se haja supremacia de proteger.
Mas ralos monumentais repousam no topo patético; qualquer rebordo esperará que raramente chega um prometido para boiar na indecisa atmosférica.


que deram fama ao beco assustados da terra
(monumento a abarrotar de prestes)

3 comentários:

Anónimo disse...

gostei de passear aqui

Anónimo disse...

Também eu.
Bons textos e imagens, sr. Inteiro.

Anónimo disse...

Eu costumo dizer que o medo prende as boas energias. Mas este teu medo é forte, dá poder e é apoteótico. Vale sempre a pena regressar a este teu blog que, para mim, é um dos meus tesouros cibernéticos.
A foto é também lindíssima. E se tivesse de atribuir uma cor a este poema seria exactamente as cores da foto! Excelente combinação. Excelente gosto.