quinta-feira

cem mais que peixes num alimento boschiano

Rosa tirara a tarde do mundo às escuras, “estou só para todos”, dizia de forma incunsútil, sem nada temer. A prisão do mundo há muito que a inundara de espermatozóides revolucionários, com um propósito que ninguém se escusava a averiguar. Nada vira para lá de si própria pendurada à janela do lado de fora de um grande navio rural incertamente detido para averiguações. Ter-lhe-iam dito em pequena(s) quantidade (como se agora não o fosse depois não) que possuía actualmente deformável uma mente insatisfatória, uma personalidade panfletária (segundo a sua tia, um pouco de incerteza cabisbaixa, nunca fez mal a ninguém, muito menos ao padre Calimbas, sujeito naufragado de aldeias). Velhos navios rurais habitavam-na nua ao de leve em morangos de época, a sua pele eram couraçados Potemkine flutuando ao contrário (quase de mamilo para mamilo, bonitos!), apenas lhe interessando o avesso da realidade submarina desejada, um subterfúgio quase lamparino de garrafas gordas adolescentes em estado de sítio ou transe estupidificante “ora, apontem então para aqui”, disse Gonçalo, quase quase anónimo de caspa : Nas páginas-pés do seu diário uma sede nocturna invadiu pois, da luz apenas sombra espectacular e mole, pingando siderada nas paredes soltas de prédios-cães que teimavam em não estar irritantemente quietos, ladrando mãos para tudo e sim, urinando nas cabeças de estátuas altas nem antigas ou novas, gastas de tempo e absentistmos estéticos, que Rosa se recusava a partilhar em sandes de sabedoria avozinha, sossegada fala pouco.
Gonçalo (des)era (não nos podemos esquecer, nunca) um peixe na boca dentro do seu aquário-mala de trazer por rua de ocasos em ocasos, andava nua.

1 comentário:

Anónimo disse...

Um texto dividido em dois: o primeiro nma luta constante entre significados rudes (e negativos) como "prisão";"Detido"; "mente insatisfatória"; "cabisbaixa";"transe estupidificante" "naufragado" etc.. e, por outro lado a tentativa de injectar contextos sensuais.
A segunda parte do texto, (depois de Gonçalo) bastante diferente da primeira, pulveriza ideias sobre ideias recorrendo apenas aos nomes Rosa e Gonçalo como instrumentos de contextualização do texto como um todo. Nota-se nas duas partes do texto duas velocidades na escrita. Havia mais para dizer, mas fico-me a deleitar o non-sense como moletas da minha loucura.